quarta-feira, 13 de maio de 2015

'Esquenta' esfriou


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Por Redação Da Tevê

O programa "Esquenta" de Regina Casé voltado para o público da periferia estreou em 2011. Era uma atração agradável, inovadora no formato com gente simples na plateia, no palco, no microfone; ação que raramente se via em qualquer outro canal de televisão. O conteúdo do "Esquenta" era rico com bate-papos interessantes, números musicais que faziam sucesso nas comunidades misturado a participações de grandes nomes da MPB. Era como se fosse um chamado para o próprio Brasil reconhecer seu povo mais humilde e trabalhador na telinha.

Mas, o que se vê hoje, é um desgaste da fórmula, uma coisa gratuita e demagoga ao debater repetidamente os mesmos temas de diferenças de classes, conversas sobre preconceitos de todos os tipos, e sempre destacando uma vitimização da população menos assistida.

Outro ponto fraco são os convidados-amigos de Casé, sempre os mesmos sentados nas poltronas num dèjà vu irritante, praticando o habitual puxa-saquismo para a apresentadora, em tudo que ela fala. 'Palmas para Regina, essa mulher merece...' É a exaltação da patroa!

O Esquenta ficou chato demais, tornou-se morno e está esfriando cada Domingo que passa. Prova disso é audiência, antes com índices perto dos 20 pontos, e hoje capengando, disputando ponto a ponto, ou até perdendo em alguns minutos para um concorrente péssimo como aquele tal de "Domingo Show" na Record.

A embalagem melhorou, os cenários são os mais bem cuidados, mas o conteúdo se diluiu numa promoção do coitadismo dos mais pobres. Na verdade o enfoque para o público-alvo do programa tem que mudar e ter um tratamento melhor, longe da exploração das mazelas sociais desse país, contando histórias de talento, superação e bravura, ao som de outros ritmos que não sejam apenas funk e pagode.

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